O embaixador da África do Sul no Brasil, Joseph Mashimbye, e uma delegação formada por Secretários de Educação do país participaram de reunião com representantes da Secretaria de Educação do DF e da Secretaria de Relações Internacionais na manhã desta segunda-feira (7), na sede da SEEDF, para trocar experiências sobre ensino entre os países.
O grupo, das províncias de Northern Cape e Free State, buscou informações sobre o ensino desenvolvido no Brasil, especialmente por meio da experiência da rede pública no DF. “Nós decidimos ficar no Brasil porque há temas e desafios similares no ensino. Nosso povo, e até a demografia, são parecidos. Somos extremamente ligados pela história, somos amigos! Estamos aqui mais para ouvir do que para falar. Queremos aprender”, destacou o embaixador.
A África do Sul tem estrutura semelhante à do Brasil. Aqui, o país é dividido em estados com governadores que têm secretários de educação nesses locais. Na África, são nove províncias com seus respectivos governadores de educação.
“Enfrentamos problemas parecidos, como alguns pontos sobre evasão escolar. Destacamos os programas que a Secretaria está desenvolvendo com atividades contínuas para correção de fluxo e ações inovadoras nas escolas”, afirmou Hélber Vieira, subsecretário de Educação Básica da SEEDF. Os representantes da Secretaria frisaram a importância de colocar os estudantes como protagonistas da realidade na escola e por isso as ações desenvolvidas sempre levam em conta os seus anseios.
Para apresentar os impactos de uma formação integral e mais moderna para os alunos, a delegação foi conduzida para uma visita, no período da tarde, ao Centro de Ensino Médio da Asa Norte (CEAN).
Lá, a visita buscou, em especial, compreender a implementação de programas voltados para o uso da tecnologia digital na Educação Básica, sendo apresentados os softwares e aplicativos que facilitam a gestão escolar e a condução de aulas – a exemplo, a plataforma i-Educar da SEEDF. O que antes era feito em papel, atualmente é automatizado ou gerido digitalmente em poucos minutos, como os diários de classe e a correção de provas, o que reduziu a carga extra de trabalho dos professores.
A disponibilidade de wi-fi e a gamificação nas salas de aulas também foram outros pontos que chamaram a atenção dos visitantes, por facilitar o contato do aluno com abordagens e pesquisas mais diversas sobre um tema.
Há, ainda, diversas outras iniciativas estabelecidas na escola e que, de um em um, foram apresentadas aos visitantes com uma abordagem atenta para a sustentabilidade e a valorização da diversidade.
Dentre elas, estão: o grêmio estudantil, oficinas de redação, a rádio comunitária, o projeto Afro-Obara, aulas de reforço para o vestibular, pintura de murais, o laboratório de ciências, oficinas de compostagem e carpinagem, a criação de aves no perímetro escolar e a horta orgânica.
Sendo parte integrante da proposta político-pedagógica (PPP) da instituição, esses projetos buscam traduzir, na prática, o oferecimento de currículo transversal e interdisciplinar para um processo de ensino-aprendizagem mais atrelado à realidade dos alunos.
Outros eventos pontuais são conduzidos para incentivar o protagonismo jovem e a inserção dos estudantes no mundo da ciência e tecnologia como, por exemplo, o Circuito de Ciências das Escolas Públicas do DF.
Ao final da visita, a delegação sul-africana manifestou seu interesse em realizar um intercâmbio entre professores do país e do Brasil para juntos aprender formas inovadoras de gestão escolar. “É impressionante como vocês usam a tecnologia no ambiente de aula e como a comunidade faz parte desse sistema escolar. A inovação também impressiona, porque é ela que faz a escola funcionar”, relata Mac Jack, membro do Conselho Executivo de Educação da Northern Cape. “Realmente é uma escola que está preparando as crianças para a vida adulta”.
Relembrando os acordos e parcerias já existentes entre o Brasil e a África do Sul, PHI Makgoe, membro do Conselho Executivo de Educação da Free State, reforçou o convite para que a escola e os alunos visitem as instituições de ensino de seu país. “Somos o país de Nelson Mandela, com diferentes raças, música e esportes. Vocês são o futuro do mundo, por isso nunca permitam que vocês sejam carregados pelo o que aconteceu no passado”, completou ao direcionar sua fala para os alunos brasilienses.
O trabalho desenvolvido com a educação inclusiva na rede pública do DF também chamou a atenção da delegação. Vera Barros, subsecretária de Educação Integral e Inclusiva da SEEDF, explicou que os estudantes com deficiência e altas habilidades são inseridos nas classes escolares com os demais na perspectiva de integração social contínua. Em concomitância a isso, também são desenvolvidos programas para aqueles que necessitam de atendimentos especializados.
“Todo o trabalho da educação especial é desenvolvido integrando família, escola e estudantes no processo. Além dos aspectos educacionais e formadores, trabalhamos a perspectiva de que os estudantes com deficiência e de altas habilidades podem desenvolver as atividades que desejarem e escolherem as profissões que têm vontade. Mostramos que todos são capazes e buscamos disponibilizar uma equidade de oportunidades. Incentivamos o ingresso na universidade com o projeto Enem Inclusivo e ações voltadas à capacitação para o mercado de trabalho”, frisou Mirian Barros.
A rede pública tem atualmente 18 mil estudantes deficientes e com altas habilidades.
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